Avançar rumo ao socialismo

Por Jeferson Malaguti Soares*

Apesar dos avanços tecnológicos, o capitalismo não consegue dar uma resposta adequada à miséria no mundo. A complexidade oriunda da interdependência dos sistemas vitais para o bem-estar da sociedade planetária é acentuada no sistema financeiro internacional pela velocidade com que a tecnologia da informação e das comunicações conecta a todos. Apesar disso, o sistema financeiro mundial continua míope e ainda não "caiu na real". O capitalismo continua apostando suas fichas no liberalismo cruel e irracional e vai afundar com ele.

O capitalismo já nasceu refém da alta finança, dos bens e do poder que transmitem. O Estado neoliberal é refém do capitalismo. Logo, o Estado é refém dos grandes capitais e das fortunas. Daí a necessidade de um Estado mínimo exigido pelos donos do dinheiro. A invasão do público pelo privado é evidenciada nas terceirizações de inúmeras atividades do nosso cotidiano. O Estado não emprega, sub estabelece a empregabilidade. A plutocracia se impõe à democracia. O poder político se curva ante os interesses privados e estes financiam os políticos em campanhas. A fatura depois é alta. Não existe poder político e sim o poder do capital imposto através dos políticos.

Os conglomerados poderosos independem do beneplácito do Estado. Pelo contrário, o Estado depende de suas ações. Instituições liberais são permissivas, quando não promíscuas. Nessa rota, as instituições públicas são precarizadas a fim de que as liberais floresçam. Os ricos detém o poder e, como tal, mandam.

O capitalismo chegou à graciosa hipocrisia  de denominar lobistas pessoas que se especializaram  em corrupção e suborno.Criaram a democracia "moderna", onde os representantes do povo, por ele eleitos, não defendem os interesses de seus eleitores. Defendem sim, corporativamente, os interesses das grandes empresas que financiaram suas campanhas políticas. Ora, não existe democracia moderna. Existe Democracia e fim de papo.

Na contramão desse capitalismo liberal e cruel, que não se interessa pelo bem estar da humanidade,  se contrapõe o socialismo desenvolvimentista, que se efetivará através de um Novo Projeto Nacional de Desenvolvimento. Nele não pregamos o fim do lucro, nem o Estado máximo. Não temos aversão à economia de mercado. Repudiamos o Estado subalterno a interesses do capital. Acreditamos na democracia e não na plutocracia. Lutamos por um povo senhor de seu destino, para que o  trabalhador tenha realmente a posse do resultado de seu trabalho, pela soberania nacional respeitada, e por um Congresso e um Judiciário independentes de poderes econômicos.

Acreditamos na defesa da ética, da liberdade de escolha, na ética ambiental, nos partidos politicos fortalecidos, nos financiamentos públicos das campanhas políticas.
Acreditamos no protagonismo do Estado, e não do poder econômico, no protagonismo do povo e não dos políticos, e somos pela regulamentação do espaço midiático, propiciando uma mídia de fato democrática.

Enfim, acreditamos no conceito purista de democracia: um governo do povo, pelo povo, para o povo.

Avançar nas mudanças significa não só olhar em frente, mas agir rumo ao socialismo democrático.


* Jeferson Malaguti Soares é membro da executiva municipal do PCdoB em Ribeirão das Neves.

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