Lances de um capitalismo moribundo

 No pasaran!

Por Cléber Sérgio de Seixas

O capitalismo, em sua variante neoliberal, teima em manter-se de pé e nega confessar-se moribundo. Os fatos, porém, demonstram que o neoliberalismo está em seus estertores e a farra resultante de décadas de enfraquecimento do Estado e hegemonia do mercado está chegando a seu fim.

As conseqüências da crise econômica cuja bolha estourou em 2008 varrem todo o Globo e causam mais estragos naqueles países que insistem em seguir a bula neoliberal. Países que não seguiram os ditames do Consenso de Washington foram e têm sido menos atingidos pelos efeitos da crise. A tsunami decorrente do estouro da bolha chegou aqui como uma marolinha, como certa vez vaticinou o presidente Lula.

No velho mundo, a pesada bota da Troika pisa sobre os direitos de trabalhadores europeus, procurando minimizar a atuação do Estado no que toca ao bem-estar dos mesmos. Já se registram casos de trabalhadores espanhóis que buscam emprego no Brasil para fugir dos baixos salários e do desemprego que assola seu país.

O modus operandi dos magnatas do capital é análogo ao dos primórdios do neoliberalismo nos fatídicos anos 70 e 80. Reduz-se a produção e aumenta-se a especulação. Quando os efeitos danosos se fazem sentir, pede-se austeridade em troca de empréstimos que funcionarão paliativamente e, no futuro, cobrarão mais austeridade que redundará em mais precarização das condições de emprego e salário. Pouco ou nada se diz sobre os lucros exorbitantes dos bancos e do capital especulativo.

Os trabalhadores europeus, com destaque para espanhóis, gregos e portugueses, no entanto, não estão dispostos a pagar a conta resultante da ganância e dos exageros de um capitalismo sem freios, e por isso saem às ruas quando algum pacote de maldades é anunciado pelos governos da |Zona do Euro. Já é notória a atuação dos “Indignados” desde os eventos de 2011 na Espanha, capitaneados pelo movimento 15-M, e nos EUA pelo Occupy Wall Street.

Ontem, centenas de espanhóis se uniram na manifestação batizada de ‘Cerca o Congresso’ (Rodea el Congreso) nos arredores do Congresso de Deputados em Madrid. A polícia foi acionada e reprimiu com violência as manifestações.

Veja alguns lances do confronto no vídeo abaixo.

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