Sobre o massacre de Pinheirinho


Por Cléber Sérgio de Seixas

A ação das autoridades paulistas na desocupação da favela Pinheirinho (São José dos Campos/SP) gerou comoção e escândalo nos meios alternativos de comunicação e na imprensa internacional, ao passo que as reportagens da dita grande mídia nativa são obsequiosas à forma como foram conduzidas as operações de reintegração de posse.

Na imprensa tradicional sobejam matérias que procuram demonizar os já sofridos moradores, enquanto em blogs e redes sociais pululam vídeos que provam de forma inconteste os excessos policiais que ganharam corpo na forma de bombas de gás, balas de borracha, agressões gratuitas, derrubada de imóveis com pertences de moradores dentro etc. O vasto material audiovisual disponível em nichos como o Youtube sobre o que podemos denominar de “massacre de Pinheirinho”, remete-nos à primeira metade do século passado, quando a questão social era caso de polícia e não de políticas (políticas públicas).

Mais uma vez, ficou claro que o Executivo peessedebista, há mais de 16 anos à frente do Governo de São Paulo, possui pouca ou nenhuma sensibilidade no trato com as questões sociais. Campearam a arbitrariedade e a violência na retirada de moradores de uma área pertencente à massa falida do notório especulador Naji Nahas – mais um que esgueirou-se pelo cipoal jurídico nacional que garante a impunidade a tantos bandidos do colarinho branco. Confundiu-se, mais uma vez, pobre com bandido.

O jornalista Ricardo Boechat analisa a desocupação da favela Pinheirinho. Boechat integra o grupo BAND de jornalismo e, que eu saiba, não pertence a nenhum movimento popular, partido de esquerda ou organização subversiva, sendo, portanto, insuspeito para tratar do assunto.

Confira no vídeo abaixo (sugerido pelo sempre atento blogueiro Eduardo Guimarães) as considerações de Ricardo Boechat acerca da tragédia/massacre do Pinheirinho.


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