Metrô também para Betim

Metrô de Belo Horizonte: um túnel no fim da luz


Editorial do Jornal Hoje em Dia

Não tem sentido o metrô de Belo Horizonte parar um pouco depois da divisa com Contagem, no Eldorado. O trem metropolitano não chega aonde o povo está. Teria de atravessar Contagem e chegar também a Betim. É a ordem natural da Região Metropolitana. Na outra ponta da Linha 1, nada mais correto do que ampliar o metrô até pelo menos Justinópolis, o principal distrito de Ribeirão das Neves, maior que muitas cidades do interior mineiro.

Para quem não dispõe de metrô, o melhor é correr atrás, sendo isso o que a Prefeitura de Betim está fazendo. Na semana passada, a prefeita promoveu reunião com várias autoridades ligadas à Secretaria de Estado de Transportes e Obras Públicas, a Transbetim, e o consultor contratado para o projeto do metrô. Debateram-se ações para viabilizar a expansão do trem metropolitano.

Desde 2009, a Prefeitura de Betim bate às portas de Brasília em busca de recursos para atualizar o projeto do metrô, sem o qual nada se faz. Quem é visto é lembrado e Betim tem feito o dever de casa desde quando Dilma Rousseff era ministra da Casa Civil. Buscam-se recursos de R$ 1 milhão, dentro do Plano Plurianual de Investimentos 2012/2015, para que o projeto do metrô até Betim, existente há mais de 20 anos, saia do papel.

Conforme a Transbetim, 110 mil pessoas por dia vão se beneficiar do metrô. A linha terá entre 17 a 23 quilômetros e cinco estações previstas para os bairros Jardim das Alterosas, PTB, Jardim Teresópolis/Laranjeiras e Imbiruçu.
Estima-se ainda que o metrô em Betim será capaz de retirar cerca de mil ônibus/dia da BR-381 (a rodovia Fernão Dias), que fica engarrafada todos os dias na chegada a BH.

Parece até o sonho dos sonhos. A capital luta há mais de 30 anos para implantar um metrô e não consegue. Agora, Betim arregaça as mangas e cobra a sua parte. O esforço parece que está sem coordenação, tendo em vista que Contagem está meio de lado e Ribeirão das Neves nem se pronuncia. A Prefeitura de Belo Horizonte tem ido também a Brasília, junto com representantes do Governo do Estado, mas é preciso ter uma compreensão em longo prazo de que o metrô é a solução para o trânsito de toda uma região metropolitana.

Não é mais possível ficar só no palanque, sem partir para ações concretas. Outras capitais, como Rio de Janeiro e São Paulo, continuam construindo seus metrôs, quilômetro por quilômetro, sem parar um dia sequer. Outras regiões metropolitanas pelo mundo, como as de Londres, Paris e Roma, são beneficiadas pelo trem metropolitano.

O que não pode é ficar como está, com as principais vias de trânsito rápido despreparadas para os veículos que deixaram as concessionárias e estão hoje rodando nas mesmas ruas e avenidas de antes. É preciso estimular o proprietário a deixar o carro em casa e ir trabalhar de metrô, de ônibus ou de BRT, o novo modelo de transporte que funciona em outros países e que deve ficar pronto em Belo Horizonte até a Copa do Mundo de 2014.
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