Trabalho escravo na cadeia produtiva

Por Cléber Sérgio de Seixas

Ao contrário do que muitos pensam, o trabalho escravo é ainda uma realidade em pleno século XXI. Os avanços no âmbito dos direitos humanos e do trabalho ainda não lograram êxito em inviabilizar essa prática hedionda, cujo aumento é diretamente proporcional à busca por lucros cada vez maiores por parte das grandes empresas, sobretudo nesses dias em que o capital transnacional, ao sabor dos ventos da globalização, corre o mundo à procura de mercados que ofereçam mão-de-obra mais barata.

O Brasil é um desses lugares onde abundam empresários inescrupulosos, cuja avidez por lucros leva-os a contratar trabalhadores sob condições subumanas.

Por trás do boom do setor da construção civil nacional, embutidas no preço baixo de peças de vestuário, escondidas no carvão do churrasco nosso de cada fim de semana, e em tantos outros produtos que consumimos ou utilizamos diariamente, podem estar horas e horas de trabalho escravo ou semi-escravo. Empresas renomadas e aparentemente ilibadas podem conter trabalho escravo em sua cadeia produtiva.

Ontem o programa A Liga (BAND) foi de grande utilidade pública ao abordar a questão do trabalho escravo no Brasil. Não sou muito fã do Rafinha Bastos por motivos alheios ao assunto deste post, mas tenho que dar o braço a torcer e reconhecer que ele acertou em cheio com o programa de ontem.

Um dos pontos altos do programa ficou por conta da revelação de que a grife Zara subcontrata oficinas de costura que alocam mão-de-obra em condições análogas às da escravidão. A participação de Leonardo Sakamoto, atualmente um dos maiores combatentes contra o trabalho escravo no país, também deu credibilidade à reportagem.

Abaixo reproduzo um dos trechos do programa.


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