Canto de vitória


Por Cléber Sérgio de Seixas

Solte o grito da garganta. Exorcize os fantasmas que do âmago das almas mais conservadoras, preconceituosas e fundamentalistas da nação ressurgiram em forma de calúnias, boatos, preconceitos e no antigo, porém redivivo, voto de cabresto.

Mande às favas os neofascistas, os pequeno-burgueses mal agradecidos, os machistas empedernidos, os pastores fundamentalistas e os jornalistas que se assentam sobre a verdade enquanto devoram seu prato de lentilhas. Aos padres arvorados em pseudo-moralismos, diga que Estado e Igreja há muitos verões já não dividem o mesmo leito.

Você, mulher brasileira, veja-se representada. Celebre a quebra do paradigma da fêmea frágil e submissa, condenada ao cuidado do lar e da prole. Esclareça que nem só de cama vive a mulher, e que no nicho do lar se confundem obrigações enquanto se fundem interesses e se afundam preconceitos. Evoque suas musas: Anitas, Pagus, Leilas, Dolores, Evitas...

Cante o canto das senzalas, dos mocambos e favelas. Diga a si e aos quatro cantos que sua voz foi ouvida, mas denuncie o olvido daqueles que muito ganharam e pouco agradeceram, que se fartaram e na sequência cuspiram no prato.

Parabéns ao povo brasileiro que soube, mais uma vez, eleger candidatos à sua imagem e semelhança, sobrepondo a esperança ao medo. Parabéns às mulheres brasileiras. Parabéns, presidente Dilma!

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