O PLEBISCITO DE 2010

A famigerada ficha falsa de Dilma


Por Cléber Sérgio de Seixas


Já escrevi nesse blog sobre como suponho que será a campanha eleitoral que se avizinha. Acredito que as eleições, sobretudo para o cargo de presidente, irão além do caráter de um pleito comum, revelando-se plebiscitárias, com muita coisa em jogo além da escolha do próximo ocupante do planalto. Trata-se, na verdade, do embate entre a continuidade de um projeto para o Brasil iniciado por Lula em 2002 e o retrocesso aos patamares legados por FHC na fatídica década de 90. O primeiro, progressista, o segundo, conservador. O primeiro, de bem estar social, o segundo, neoliberal.

No embate encabeçado por PT e PSDB, podemos esperar - sobretudo deste segundo, já que dita a pauta dos principais meios de comunicação - toda sorte de deslealdades e golpes abaixo da linha da cintura. Antes mesmo de Dilma ser apresentada como candidata pelo PT, passou a ser atacada das formas mais covardes e infundadas por setores da imprensa marrom. Quem não se lembra do caso do suposto dossiê contra FHC, da ficha falsa e das acusações infundadas de Lina Vieira?

O mais recente ataque ao PT, e por extensão a Lula e Dilma, foi encabeçado pelo jornal Estado de São Paulo. Em nota publicada em seu site oficial (clique aqui para ler), o PT refuta as acusações que lhe foram impingidas no editorial intitulado "O Partido da Bandidagem", publicado na edição de 09/03/2010 do Estadão (clique aqui para ler o editorial na íntegra). A atitude do supracitado jornal ao qualificar o PT de "partido da bandidagem" é uma generalização irresponsável que revela o desespero que toma conta da oposição, acuada por não ter ainda proposto uma alternativa viável a um país que tem experimentado visíveis melhorias sociais - apesar de insuficientes ainda - sob a batuta de um ex-operário sem curso superior.

Se houvesse doses consideráveis de honestidade intelectual e subordinação a verdades factuais a grande imprensa já deveria estar chamando o DEM, ex PFL, de covil de salteadores e antro de marginais por conta do "panetonegate" - uma maracutaia pior que o "mensalão" do PT se considerarmos as evidências fornecidas pelas gravações em vídeo. No entanto, esperar isso da mídia é o mesmo que acreditar em Papai Noel e em coelhinho da Páscoa.

Por enquanto vamos seguindo em ritmo de campanha eleitoral, com o PIG (Partido da Imprensa Golpista) tomando partido descaradamente e mostrando que tem coesão suficiente para apoiar (clique aqui para ler o elucidante texto de Gilberto Maringoni), tal qual no pré-64, quem quer que deseje dar um golpe para retirar um presidente democraticamente eleito do cargo.

Portanto, fiquem atentos os que desejam que o Brasil siga sob as coordenadas até aqui estabelecidas, pois virá chumbo grosso da parte daqueles que desejam um retorno à uma "ordem" que lhes favoreça.

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