OVERDOSE DE VACINA?

Reportagem publicada no jornal Estado de Minas em 08 maio de 2009

FEBRE AMARELA
Reação fatal a vacina em SP

São José do Rio Preto (SP) A Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo confirmou ontem que duas pessoas morreram após serem vacinadas contra a febre amarela. As mortes, provocadas por reação à vacina, ocorreram em abril, mas foram divulgadas somente ontem. As vítimas, uma moça de 20 anos, moradora em Botucatu, e uma menina de 4, residente em Avaré, estavam internadas no Hospital das Clínicas da Universidade Estadual Paulista (Unesp), de Botucatu. Elas apresentavam os sintomas da febre amarela, causados pela imunização.


De acordo com a coordenadora de imunização da Secretaria de Saúde, Helena Sato, a vacina causou uma reação chamada de Víscerotrópica aguda, que é a penetração do vírus (presente na vacina) no tecido do fígado. “Trata-se de um caso raro, que pode acontecer em um para cada 1 milhão a 1,5 milhão de doses aplicadas”, explicou. Helena afirmou que a ciência ainda não descobriu o motivo pelo qual o vírus, em vez de proteger, acaba por contaminar a pessoa. “Não existe uma explicação para isso ainda na literatura mundial. Esses dois casos serão investigados pelo Ministério da Saúde em conjunto com a Secretaria de Saúde”, disse.


CAMPANHA A imunização das duas vítimas fez parte da campanha de vacinação iniciada na Região Sudoeste de São Paulo, incluída como a mais nova área endêmica do estado – antes havia apenas a Região Noroeste –, onde foram diagnosticados 25 casos positivos e nove óbitos. A campanha vacinou 90% dos cerca de 1 milhão habitantes da região. Em todo o estado, 1,5 milhão de doses da vacina foram aplicadas em 2009. A proximidade dos dois casos em tão pouco tempo, segundo Helena, é uma “triste coincidência”, que não tem explicação. No ano passado, também foram registradas duas mortes pelo mesmo motivo. Em 2008, o estado usou 1,6 milhão de doses da vacina. “É por isso que a vacinação contra a febre amarela tem de ser somente em pessoas que estão em área de risco e necessitam da imunização”, disse.


Para Helena, a importância da vacinação supera em muito a possibilidade de ocorrência da reação. “O primeiro caso na Região Sudoeste de São Paulo foi notificado em 13 de março. No dia seguinte iniciamos a imunização. Já vacinamos 90% da população e agora não há nenhum caso positivo”, justificou-se. A coordenadora disse que nenhuma das duas vítimas tinha restrições à imunização, como organismo imunodeprimido ou fazendo uso de corticóides.


Comentário do blog: Na matéria, a coordenadora de imunização da Secretaria de Saúde de São Paulo fala de "triste coincidência" e depois afirma que "é por isso que a vacinação... tem de ser somente em pessoas que estão em área de risco..." O acontecimento nos leva às seguintes questões: não terão sido mais casos de overdose de vacina? As pessoas que morreram não poderiam ser consideradas vítimas do alarmismo midiático desencadeado no ano passado, que levou milhares (muitos já imunizados) aos postos de saúde para se vacinarem sem necessidade?

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